Ser Português, duas estórias
Belarmino é o herói português. Belarmino podia ter sido mas não foi, quem sabe tivesse treinado um pouco mais. Belarmino viveu numa irrealidade paralela, até combateu em Londres quando na verdade estava no Bairro Alto. Belarmino era tão temível que até era guarda-costas, mas fugiu na primeira ocasião que o cliente foi atacado. Belarmino encarava o futuro com optimismo, iria «fazer campeões», mas na verdade engraxava sapatos e coloria fotos tipo passe para ter uns trocos. Belarmino desenrascava-se.
O Barbosa era pintor(de casas está claro), mas na verdade nem misturar a tinta sabia. O Barbosa foi contratado mais o irmão para cozinhar num restaurante; quando lhe pediram «cozido à portuguesa», apresentou «bacalhau à Gomes de Sá». O Barbosa era um aristocrata, não sujava as mãos com qualquer coisa, mas não poucas vezes não tinha que comer. O Barbosa vivia muitas vezes de caridade, mas não perdia a ocasião de maldizer quem o ajudava. Barbosa desenrascava-se.
Desconfio que ainda hoje se podem ver, certamente desgastadas pelo tempo, as letra por ele escritas a indicar a "Rua do Pintor Barbosa"...
ResponderEliminarE o pintor morreu...
Uma correcção : pediram Bacalhau à Gomes de Sá e apresentaram Batatas à Espanhola.
ResponderEliminarA sua última profissão foi chulo. "Sou chulo!Chamem-me chulo !", dizia orgulhosamente.
Estava à espera da correcção, sabia que o cozido à portuguesa não soava bem.
ResponderEliminarOs destinos dele e do Belarmino Fragoso foram tão irmanados que conseguiram morrer ambos atropelados.