Silêncio por favor. Lula Pena ao vivo
Assistir a um espectáculo de Lula Pena era desejo muito antigo, ouvir um novo disco, desejo mais recente.
Ontem estes dois desejos entrelaçaram-se e na nossa cidade diluíram-se. Lula Pena apareceu por Guimarães. Mais uma vez no CCVF, quartel general da Guimarães CEC 2012, com o espectáculo a ter lugar no pequeno auditório.
A apresentação incidiu apenas e só no novo Troubadour, disco apresentado em sete actos. Espectáculo marcado pelo romance entre a voz invulgar e o virtuosismo à guitarra de Lula Pena, onde o silêncio se tornou em mais um instrumento, como qualquer outro parte fundamental ao espectáculo. Porque cada movimento do dedilhado, cada acorde, cada batida na caixa da guitarra, até a respiração de Lula Pena são essenciais à compreensão da música e da própria artista. Atenção é a palavra chave: há muitos e muitos momentos perfeitos, muita informação para absorver.
Neste primeiro contacto com as novas músicas, a certeza da exigência de muitas audições a Troubadour pela frente. Phados era um disco mais imediato, alicerçado em peças conhecidas e até consensuais, de Amália a Caetano Veloso, passando pelos Trovante. Troubadour adivinha-se mais complexo, referências a descobrir, frases soltas atiradas ao ar. Canta-se em francês, em espanhol, em português com sotaque...
Do prospecto distribuído antes do concerto:
“Está reunida a constelação de circunstâncias e acontecimentos para que, finalmente, possamos viver a Lula Pena que sempre quisemos ver, para que a possamos mostrar àqueles com quem partilhámos as coisas mais preciosas, e para que esses aumentem ainda mais o círculo. Um inquestionável tesouro nacional…”
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