Já por aqui se falou do Daniel Johnston, mas eu não consigo deixar de resistir a algumas palavras, mais que provavelmente repetidas, sobre o artista.
É-nos quase impossível falar e discorrer sobre D.J. e separar o artista da condição que o consome dia após dia. Não tenho isso como uma coisa má. Embora a genialidade da obra seja hiperbolizada pela condição, tenho para mim que a condição não define a obra de D.J.
Há uns dias atrás dou por mim a ouvir "I live my broken dreams" e de imediato, impulsionado por aquele jeito inocente e por aqueles olhos molhados a cantar "My hopes lay shattered like a mirror on the floor,
I see myself and I look really scattered. But I live my broken dreams", assalta-me aquele sentimento de pena e desilusão pelo mundo. "Coitado do homem" pensei logo. "E mesmo assim ele faz estas merdas...Foda-se". Coisas deste estilo. Reacção estúpida. Por não a conseguir evitar, não deixa de ser estúpida. Mais estúpida se tornou quando, depois de horas a ouvir D.J., percebi que a doença que o acompanha, mesmo estando incrustada na sua obra, não a limita. Passei horas sem pensamentos estúpidos apenas a admirar a obra do artista. E não porque pensei em bloquear esses pensamentos, porque isso, bem sabemos, só iria ter um resultado reverso. Apenas porque me abstrai e consumi a sua música enquanto arte que estava a apreciar. Pensei na arte, e mesmo que no meu subconsciente estivesse o artista, a sua arte chegava-me. É impossível não admirar Daniel Johnston, mas é muito mais difícil não admirar a sua obra.
Viva Daniel Johnston!
E só para os mais distraídos, o Daniel Johnston vai estar aqui! E eu tenho de ir.
E só para os mais distraídos, o Daniel Johnston vai estar aqui! E eu tenho de ir.
Só vou se ele cantar o Gasparzinho
ResponderEliminarEu tenho de ir...
ResponderEliminar