Se o Lou Reed ainda andasse por aí

John Cale lembrou-se do amigo com quem em conjunto mudou a história da música popular Urbana.

A amizade teve os seus altos e baixos, e o respeito entre ambos também não foi uma constante ao longo dos anos. Podemos ler na biografia dos Velvets, «Up-Tight» de Victor Bockris a forma pouco digna como Lou Reed tratou os seus antigos companheiros ne reunião de 1993(como meros empregados), restringindo inclusive o acesso dos companheiros à sua presença e mantendo a sua mulher de então(Sylvia) como tampão. No fim o que acabou com esta reunião e com a hipótese de um novo álbum foi o que fez sair Cale dos Velvets em 68, o pendor de Reed para um universo mais pop e mais recentemente a sua obssessão pela limpeza do som em deterimento da abordagem de vanguarda que John Cale desejava.

Para mim os Velvets são os dois primeiros álbuns(adicionando algumas pérolas de VU e Another View). 69, já sem Cale trouxe-nos uma música que já se identificaria com o Lou Reed a solo. Excelente música, a mesma estranheza nas letras, mas nada que se parecesse com Venus in Furs, All Tomorrow's Parties ou Sister Ray. O esticar dos limites na música dos Velvets tem muito da loucura de John Cale.

Voltamos ao início. Para Cale os Velvets foram um momento alto da sua vida, momento que viveu com pessoas que alteraram para sempre o percurso dessa mesma vida, amigos que ele nunca esqueceu.

Aqui fica a sua lembrança de Lou Reed, mas não só.


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