V (cinco), Tiago Guillul


Ouvi o V, novo do Guillul.

Ora bem, não tenho termo de comparação com os Vampire Weekend, simplesmente não os ouço, pelo que não posso atestar as semelhanças apontadas pelo rapa-panelas. Mas não, nem assim vou ouvir os Vampire Weekend

Sei é que o piscar de olho às sonoridades africanas por parte do Guillul, mais via Talking Heads diria, já vem de trás e é bem notório em IV. Não vislumbrei essa confusão musical, pelo contrário até me soou bem agradável, musicalmente falando. Nabucodonosor, Canção para o Doutor Soares, Sete Voltas são músicas que por mérito próprio vão ficar no ouvido. Até a simpática Barreiro Rock City.
Adivinha-se o vício em Roma e Avinhão, a coisa mais Variações desde o Variações.

A minha parte de desilusão prende-se mais com aquilo que mais admiro no Guillul, que é a capacidade de surpreender e "dizer alguma coisa" nas letras que escreve. Confesso que esperava mais do que ouço em V, aí sim, achei um pouco confuso, vago e muito (very much mesmo) repetitivo. Sacudindo o pó..., O meu carcereiro, Agora, Canção para Maria..., esta ainda assim uma música muito bonita, são disso exemplo. Ou isso, ou estou num outro patamar de percepção, mais baixo é claro.

Prefiro ainda assim levar o Tê em consideração e pensar que V é um bom disco. Não abusemos, mas é um bom disco

Comentários

  1. Sim, a tua é também grosso modo a minha impressão. Acho o álbum bom em termos musicais e um sucessor natural do IV, com melhor produção do que o anterior.

    Há algumas muito boas canções pop, mas como tu acho que o desnivelamento entre aquilo que lemos ou ouvimos do Tiago Cavaco(na Ler, nas entrevistas e em conversa) e o que ouvimos nas letras do álbum é bastante grande. As letras são pouco ricas e significantes(ou então private jokes para dentro da sua comunidade) e de rima muito, muito fácil.

    Não ficará na história como o melhor álbum de Guillul, mas não me sinto ultrajado de maneira nenhuma.

    A primeira faz-me lembrar Airportman dos R.E.M, e gosto dela por isso.

    Não é neste álbum de Tiago Guillul que penso quando penso em clonização Vampírica.

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  2. Jorge.
    Volta a lêr o meu post. Não faço uma única comparação com os Vampire Weekend.

    O meu post tem como fim comparar a lufada de ar fresco que foi IV com a seca que é V.

    Disse sim, e repito que o Guillul tinha tudo para fazer muito mais que as 2\3 boas canções que o disco tem. E não o fez. Obviamente.

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  3. As Palavras do Senhor Jesus: Vós cuidais que eu vim trazer paz à Terra? Não, vos digo eu, mas separação; porque de hoje em diante haverá, numa mesma casa, cinco pessoas divididas, três contra duas e duas contra três. Estarão divididas: o pai contra o filho, e o filho contra seu pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra sua nora, e a nora contra sua sogra. (Lucas 12: 49-53).
    Ó Pedro, tu é que andas uma seca. Que mau feitio.
    Abraços a todos!

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  4. Tiago, antes de mais éum prazer ver-te entrar na discussão.
    Deixa então que te diga que na família Mendes não existe isso de irmãos contra irmãos, apenas opiniões que não coincidem. E não é V que vai mudar isso, com toda a certeza.
    Deixa que te diga também que Jesus é único. Como se diz por cá, presunção e água benta, cada qual toma a que quer.

    1Abraço para ti também, tudo de bom.

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  5. Gente boa,
    haja humor. Então já não pode um pregador colar-se às palavras do Mestre?
    Os comentários que tenho aqui feito são naturalmente resultado de uma tímida amizade ainda inicial que fiz com os teus irmãos. Por isso comento onde não costumo: em opiniões alheias sobre coisas minhas. Não os conhecesse e estimasse e não me lerias aqui a citar as Escrituras. E por isso tenho pena que me pareça haver pouca graça na hora de ler.
    Deixo a família em paz e pedindo desculpa pelas tantas palavras. Ultimamente reconheço que me alicia mais as poucas. Fui apanhado em falso então. Mérito vosso!
    Abraços e até um destes dias!

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  6. Tiago, com muitas ou poucas palavras és sempre bem-vindo.

    Sei que os meus irmãos também te estimam. Eu gosto das coisas que fazes, nem sempre das coisas que dizes ou escreves, é a vida. Ninguém aqui faz armadilhas, tens-te mesmo em muito boa conta !!

    Mas olha, contra ou a favor a gente vai escrevendo sempre qualquer coisita, e isso é que interessa, não ? Só tens de te habituar às críticas, mesmo que negativas. Sinceramente, não me apetecia relegar-te para a mesma lista onde se encontra o senhor da Companhia de Discos do Campo Grande.

    Espero por um concerto cá para estes lados, se te dignares descer à província.

    Outro abraço, e felicidades.

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  7. A discussão vai longa. Olá a todos.

    Nunca vi tanta confusão em tão poucas palavras.

    Comecemos pela falta de consenso opinativo. Eu entendi que o Tiago estava a brincar, e lançou uma pequena provocação, que para mim é muito bem vinda porque isto dos blogs às vezes dá sono. Eu pessoalmente abomino o consenso e desconfio quando ele dura demais.

    Pedro, copiando a Nogueira Pinto, eu não disse que tu disseste que este álbum bebia dos Vampire Weekend. O Paulo referiu no seu post que não conseguia avaliar isso porque não ouvia os VW, e eu que os ouvi, digo que também não é no V que vejo esse fenónemo.

    Quanto ao resto da discussão, acabo com uma citação das escrituras, aproveitando a boleia do Tiago:

    «Assim, começou a confundir as línguas dos homens, que deixaram de se compreender entre si, pois cada povo, passou a usar palavras diferentes.»
    Génesis 11: 7

    Abraço a todos.

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  8. Bem meus amigos. É hora de entrar eu na discussão.

    Antes de mais Tiago, quero dizer que a tímida amizade de que falas é recíproca. Tenho por ti, e posso apenas falar por mim, uma grande estima e amizade. Por ti e pelo resto do pessoal aí em baixo. Posso orgulhar-me de entre vocês ter feito alguns amigos.

    Posto isto Tiago, resta-me dizer que à minha amizade vem atrelado um grande sentido de honestidade e sinceridade.

    As efusivas palavras com que elogio o teu trabalho, são tão efusivas como as que o criticam quando assim tem que ser. É um facto que o teu último disco me desiludiu. Se te lembras das palavras que escrevi aquando do meu encontro com IV, vês que mais elogios não poderia ter. De V, não gosto, e a minha sinceridade obriga-me a que o diga.
    E é com essa sinceridade que se poderá sempre contar.

    És e serás sempre bem-vindo à nossa humilde casa.

    E partilho do desejo do Paulo. Já faz falta um concerto cá em cima!!


    Abraços para ti e para o resto do pessoal.

    Jorge,

    dos ritmos africanos gosto eu. O mal é a falta de imaginação. Para mim V não é um bom disco. É um disco com algumas músicas boas, mas sem um fio condutor, sem a genialidade de IV, sem a ousadia a que o Tiago Guillul nos habituou. Peca pela comparação talvez. Mas peca.

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