Tiago Guillul, ao vivo em Guimarães
Tiago Guillul lá se dignou subir à província. Pedro e Paulo, Berlim Norte, lá estiveram a testemunhar o encontro entre o artista e a terra que é nossa e que foi também de sua Mãe. Talvez por isso alimentei por alguns dias a esperança de ver uma cover de Un Canto a Galicia do grande Julio Iglesias... nada feito.
Guimarães esteve à altura. Já vi aquela sala mais cheia, mas notava-se esta noite que quase todos estavam para ver o Guillul, o que não aconteceu em muitas outras ocasiões.
Concerto propriamente dito, começo com um momento Ídolos. Se eu fosse aquele juri bonacheirão e de mau feitio atiraria "Tiago, tu não cantas puto, pá !". Confesso que cheguei a temer pela noite depois de Roma e Avinhão. De qualquer maneira, hoje tudo me parecia desafinado. Até o Samuel Úria e sua guitarra em Something, pelo que a desafinação pode muito bem ter sido só na minha cabeça.
Bom, mas a verdade é que nada disso interessa. Porque a verdade verdadinha é que Guillul e a sua banda trouxeram a Guimarães a essência da música, aquele ar de garagem de quem toca sem mais nenhuma pretensão que não a de passar um bom bocado com os amigos, e isso agrada-me sobremaneira. O baixo que parou, o feedback no micro, faz parte e até isso me pareceu bem. Claro que não será bem assim, porque havia convidados e há que dar um espectáculo. Depois da entrada meio em falso de Roma e Avinhão, aquele momento velvetiano das Igrejas cheias ao domingo tudo mudou. Pensei demoradamente em Moe Tucker, e quando dei por isso já tudo estava nos eixos.
Gostei de Nabucodonosor e até da música das muralhas, que não aprecio particularmente. Não posso ainda assim de deixar de concordar com o meu Irmão Pedro, que acertadamente diz que as músicas de IV ainda assim sobressaem. É um facto, porque, voltamos aos Velvet, aquela do Lou Reed, Beijas como uma Freira, a dos Lacraus foram dos pontos mais altos do serão tardio.
O Pedro queria Folclore, eu queria a do Rodrigo, mas nem tudo é perfeito.
Podes voltar Tiago, sempre que te apetecer.
Pedro e Paulo e Tiago estiveram lá...quase parece uma reunião de apóstolos.
ResponderEliminarEnquanto Berlim norte sobrevoava o velho testamento em visão pop, em Berlim sul a pregação era outra, e metia a descendência, divisores e restos, mas isso não interessa nada.
Gostaria de ter ido ver o Guillul. Seria o regresso às origens, pois este blog nasceu depois de irmos ver o Guillul.
Falaremos mais tarde destes tempos como um renascimento do pop português. Nunca se fez tanta música em Portugal, e muita é boa.
Dancei tanto engelhei o esqueleto e não há quem mo engome.
ResponderEliminarPena foi mesmo o folclore ter ficado no "Fundador". Mas pronto. Como bom português que sou, nunca fico satisfeito.
De notar também a falta da poderosa voz de Miriam Macaia.
Volta Lacrau!