Corpo Celeste


Os Mazzy Star foram uma das bandas que comigo atravessaram os 90's e a par dos dEUS e dos Grant Lee Buffalo (lá chegarei se Deus quiser...) uma das minhas maiores descobertas no cenário alternativo.

Apaixonei-me por Fade Into You do soturno So Tonight That I Might See (onde se inclui ainda uma belíssima versão de Five String Serenade, de Arthur Lee) e parti à descoberta. No rewind apanhei o melhor e altamente aconselhável She Hangs Brightly, e no fast forward Among My Swan, já sem o mesmo brilhantismo dos primeiros.



Nos Mazzy Star, a candura e a melancolia tanto se encontram na mais simples das composições folk como na reverberação das distorções ou nos labirintos dos mais escuros ambientes psicadélicos. Hope Sandoval é (não o faço por menos) uma das cantoras do século, inigualável na sua voz delicada de anjo ferido que merece o melhor dos acompanhamentos e David Roback consegue como ninguém despir a guitarra, remetê-la à sua mais absoluta inocência e dela arrancar as mais belas e simples melodias, mesmo quando lhe liga o pedal. Tão simples que até parece... simples.

Quando vejo nesta notícia que o 4º álbum pode estar a caminho, o sentimento é dúbio. A paixão por vezes adormecida reacende-se e vai ser inevitável tirar a viola do saco. A possibilidade ainda que remota de os ver ao vivo pode muito bem tirar-me o sono.

No entanto os Mazzy Star são uma daquelas bandas em que o 3º álbum marca muitas vezes a estagnação. A especificidade da sua música convida à repetição das fórmulas, e temo aquela sensação de mais do mesmo...

Quero que os Mazzy Star me surpreendam.

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