Raiva contra o fim da luz

«Do not go gentle in to that good night». Tela musical de John Cale sobre um poema de Dylan Thomas, aquele a quem Zimmerman foi buscar o nome. Galês contra Galês.

Ás vezes tento perceber e contemporizar com a vaga de copianço e banalização que atravessa a música popular de hoje. Não posso esquecer que essa vaga é reflexo de um tempo em que as pessoas mais novas estão saturadas de informação e não se conseguem governar nela. É o déficit de atenção permanente. Mas em muitos casos o que se vê é mesmo preguiça e oportunismo, apanhar a energia de comboios já em locomoção. A cadeia alimentar tem o seu interesse: Os africanos criam, Paul Simon inspira-se, os Vampire Weekend ripam, e de quê classificar o que fazem aqueles que copiam ainda dos Vampire Weekend? O problema não é beber influências, é não se passar do copy and paste das mesmas. Os The Verve podem falar bem disso, porque os Stones não são de modas.

Salvaguardando as devidas excepções, na geração zero, vai-se pouco ao fundo das questões, lê-se e investiga-se pouco(é a prática do «consome e passa ao próximo»). É fácil vender-lhes como novas, ideias sobre as quais ainda não assentou bem a poeira dos dias.

Para os que realmente querem ir fundo, não há melhores dias, com tudo tão disponível tão rapidamente. Há que aproveitar.

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