Obrigado Vampire Weekend!

Há uma coisa que eu tenho cá comigo. Depois de me apaixonar pela obra de um artista, esmifro-a até às últimas consequências, oiço intensivamente, canto, toco, leio e penso sobre ela.

Paul Simon veio subliminarmente ter comigo devido ao facto de o seu concerto em Central Park com Art Garfunkel em 1981 ter sido imensamente famoso principalmente por ter sido assistido por mais de 500.000 pessoas. Isso fez que até os trolhas e cutileiros de Sande S.Martinho, Guimarães tivessem uma cópia do duplo álbum. Quando aos 14/15 anos me comecei a interessar pela guitarra, havia aquelas músicas no fundo da minha cabeça, sem eu saber quase nada dos artistas. Lá na tasca o Caló dizia-me que já não havia Simon & Garfunkel porque o Garfunkel tinha morrido (20 anos depois ainda é vivo e está de saúde felizmente), eu implorava-lhe para me gravar o álbum numa cassete de 90 minutos, o que nunca consegui. Por fim um primo meu deixou-me gravar o álbum e até fotocopiar o livreto no interior.

Um ou dois anos depois, já bem imerso em Paul Simon, oiço do lançamento de 'Rhythm of the Saints', uma aventura nos ritmos do Brasil. É o primeiro de todos os discos que compro, será um dos que ficará até ao fim. O génio não tem tamanho.

Em 1991 vem novo concerto em Central Park, desta vez com 750.000 pessoas a festejar e um reportório riquíssimo incluindo já 'Graceland' e 'The Rhythm of the Saints', uma celebração e um luxo.

Dizia eu que vivo intensamente as obras dos artistas de que gosto. Claro que toda esta intensidade acaba num longo, por vezes de anos, período de nojo em que simplesmente não pego nessa música. Talvez porque não precise de tanto a conhecer.

Ouvir os Vampire Weekend e as suas desajeitadas tentativas de fazer música à Paul Simon, voltaram-me a dar vontade de revisitar este 'old friend'. Só por isso os Vampire Weekend já justificam a hora que passei com eles.





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