RE: Contra ? Onde é que eu já ouvi isto ?

Jorge,

Lendo o teu último comentário neste post, deixa-me antes de mais dizer-te que não deves deixar no subterrâneo dos comentários escritos dignos de um post.

Decidi elevar o meu comentário à categoria de post porque ao voltares a Paul Simon e particularmente a El Condor Pasa, evoco novamente os santinhos e volto aos anos 80 e à Igreja de Sande, onde na Missa das 9 pela primeira vez ouvi essa melodia, com grandes arranjos de Manuel Augusto, explorando o velho orgão, e direcção musical do Américo. Um verdadeiro épico que só encontrou par já nos 90's em Conquest of Paradise, Vangelis
Bem, a verdade é que até os grupos corais perderam a qualidade de outrora. Sinais dos tempos ?


Voltando aos Vampire Weekend, acabas por dizer que são "uma decente banda pop". Penso que não querias dizer bem isto, e optaste por escolher uma frase mais educada. Afinal estás em Lisboa e eu compreendo.

Remato o assunto dizendo que pelo que se me dá a entender, que deriva essencialmente das vossas análises e das poucas peças que deles ouvi, os Vampire Weekend sofrem porventura do pior dos males de que pode sofrer qualquer artista: nem são bons nem maus. São aquilo que tu sabes.

Comentários

  1. Segundo Wilde,
    «A maioria das pessoas são outras pessoas. Os seus pensamentos são a opinião de outros, as suas vidas um mimetismo, as suas paixões uma citação».

    Penso que se aplica bem à obra dos Vampire Weekend mas, como a maioria os Vampire Weekend são medianos, não excepcionais como querem fazê-los. Não é de maneira nenhuma a minha intenção ser elogioso quando os classifico de «decente banda pop», porque os «Perfume» e o Paulo Gonzo também o são.

    Ser bombástico ou enfático desviaria a atenção da análise racional que tentei fazer, e quando muito criaria um «sound-byte» que ofuscaria essa mesma análise. Isso é mais coisa dos jornais desportivos e da TVI.

    Para mim qualquer banda que pegue em instrumentos, construa uma canção com uma das fórmulas habituais, a consiga ensaiar e atrair o gosto das maiorias é uma decente banda, desde que não me agrida sónica ou líricamente. Na verdade é-me indiferente porque posso escolher não ouvir.

    Pessoalmente gosto de música que seja menos descartável e que se aproxime mais da arte, o que a torna por definição menos popular, mas não censuro os gostos da maioria, porque eu próprio posso ser acusado de ter ouvido com gosto os «Saigon kick».

    E já que comecei com Wilde, acabo (para ser original, claro): «A arte nunca deveria tentar tornar-se popular, o público é que deveria tentar tornar-se mais artístico».

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