Quimeras
Todos à volta da mesa do bar. Um bar estranho aquele, com mística de sacristia e retórica profana, brotando por entre cerveja, vodca, fumo e música alta.
Rapazes e raparigas, com um entusiasmo ainda só levemente pós-adolescente. Na mesa grandes nomes: Nietzsche, Sartre, Kierkegaard e outros que apelam à juventude pela utopia; a juventude vai mudar o mundo, mas não antes da tarde do dia que aí vem.
Copos e esquiços de namoros em breve baralhados e de novo dados - o rapaz que namora com uma das raparigas, mas que suspira pela Joana D'Arc que fuma como se estivesse na capa de um Best Of dos The Smiths, a rapariga que namora com o rapaz, mas que suspira pelo outro rapaz que cita Zaratustra furiosamente.
Noites de leveza e de grande expectativa, um porfiar de desejo de recriação do mundo; uma ânsia de grandes causas. Uma dor de cabeça certa na manhã seguinte.
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