Lipe




A correria e o severo atraso para um jantar de aniversário valeram a pena. Cheguei a meio da primeira música da apresentação do trabalho de Lipe, de «Os Pontos Negros», na Igreja Baptista de S. Domingos de Benfica. Encontrei uma sala cheia numa disposição acolhedora e semi obscurecida, iluminada por um ou dois abat-jours, o ideal para a música acústica e intimista interpretada por Lipe.

Ao longo de algo mais que meia hora, Lipe enveredou pelas canções do mini-álbum, canções reflexivas e de viagem interior, insondáveis mas belas, evocando a contemplação solitária do divino ou do infinito.

A actuação contou a pontos com a ajuda de Jónatas, também de «Os Pontos Negros» na guitarra, e de Bruno Morgado na harmónica. Já conhecia o Bruno de dois outros eventos: a apresentação de Tiago Guillul no Maxime, na qual actuou também, e a apresentação de «Os Pontos Negros» na Fnac Chiado. O Bruno ainda não resistiu, já na escadaria, a dar um cheirinho de harmónica na música final (a segunda creio, de uma banda anterior da FlorCaveira «O Comboio Fantasma»), enquanto ao meu lado, David (o baterista de «Os Pontos Negros») cantava de fora todas as segundas vozes.

Se vinha de um dia estressado e movimentado, esta imersão no ambiente familiar e acolhedor na música de Lipe e do público presente na Igreja Baptista de S.Domingos de Benfica foi o contraponto oportuno de paz e espiritualidade.

Não procurem pop rock neste mini-álbum, é de essência que se trata aqui.

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