B Fachada: Uma noite em Guimarães

Depois de uma oportunidade desperdiçada, aquando da sua passagem pelo Alla Scalla com o Tiago Guillul, finalmente um concerto do B Fachada. O espectáculo teve lugar na Associação Convívio em Guimarães, no Norte onde o artista diz sentir-se muito bem -"Adoro isto!". Registamos e apreciamos o elogio Bernardo !

Não conhecia o espaço, mas saí com a melhor das impressões e a perguntar-me porque não tinha ido lá antes. Espaço acolhedor e labirinto multi-cultural que aconselho vivamente.

Foi numa das salas de visitas da casa que o Fachada deu um daqueles espectáculos que perdurará na memória. A confirmação de que realmente é um artista bem acima de toda esta espécie de campeonato do novo pop/rock português, não obstante a ligação (diria mais comercial que outra coisa) à FlorCaveira. E a constatação de que no seu caso os discos são meros veículos acessórios de divulgação, porque o artista sozinho com a sua voz e batendo o pezinho, sem banda ou outros instrumentos que não a guitarra ou a viola braguesa, faz a festa, lança os foguetes e apanha as canas. Basta a sua presença para a música ganhar uma força impossível de registar em disco. O mais velho já o tinha notado. De repente a Soraia ficou mais bonita,o mais convincente e fiquei ainda com mais pena da Conceição. No mesmo timbre não faltou à chamada a Dª Filomena, "sem amplificação, por respeito à Dª Adélia".
Tempo ainda para os hits Tradição e Anda que está dura e para a obrigatoriedade de propagandear os patrões da FlorCaveira, "despachando num instante" uma versão d' Os Pontos Negros "infinitamente melhor que o original" e outra do Bruno Morgado. Uns que já editaram e outro que está para editar pela etiqueta.

A comparação é já um cliché, mas é quase impossível ver o B Fachada e não pensar em António Variações. Tal como Variações, a sensação que dá é de que o Fachada está fora do seu tempo. Só não sei se mais à frente ou mais atrás...

B Fachada é por estes dias o único artista português capaz de encher salas pequenas. De gente e de talento. Eu sei, é um exagero, mas o artista merece-o.

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